06 a 10.abr.2012 - Villa Boa de Goyaz

Penso em Goyaz e a primeira coisa que sinto  são pedras das ruas sob os pés, já que levei pra cidade apenas sandálias 'rasteirinhas' e chinelo. Pedras que aparecem constantemente nos poemas de Cora Coralina, e só quem pisa nelas sabe porque...

Casa de Cora. As roupinhas penduradas, os tachos em que ela fazia doces, minhas muitas lágrimas da saudade que sinto de alguém que não conheci.

Pedras sob os pés, calor na pele, água de cachoeira, gosto/cheiro de pequi, de guariroba, de mutamba. Cores: do céu de manhã, à tarde, à noite. Das luzes amareladas no poste, azuladas na igreja do Rosário. Sons de passarinho, de assoalho da casa velha. Sons das carpideiras chorando/cantando em latim o Cristo Morto na procissão.

Essa cidade invadindo sem pedir licença a alma, com a força de um rio. Rio Vermelho.

Fomos recebidos/acolhidos com carinho por amigos do Rafael  que se mudaram pra Goiás há meses, pra rua da casa de Cora. Muito clichê se eu disser: "coisas do universo"? Perdoem se sim, mas não consigo deixar de pensar nessa coincidência que acabou sendo um presente. Como tantos que temos recebido neste processo.

Por: Sheila

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