01.05.2011 - I.

“Pra 90% das pessoas o Alzheimer precisa ser esclarecido, porque as pessoas passam por loucas, por esclerosadas” Assim começou a entrevista com I. Assim como outros entrevistados ela foi muito simpática, e respondia à todas as perguntas. Me contou sobre a vida de seu pai, vários incidentes tristes que ele viveu, incluindo ver a morte do próprio pai (avô de I) quando tinha apenas 8 anos.

Após a entrevista eu saí com uma sensação estranha, que não conseguia explicar. Afinal, como eu disse, fui muito bem recebida na casa de I. Conversei com o Rafa sobre isto. Revimos a entrevista e algo começou a ‘clarear’: ao contrário de outros entrevistados, I. me recebeu com muitas informações técnicas a mão: números, livros, vídeos. Acredito que ela fez isso pra me ajudar, ajudar a esclarecer a doença.

Mas a questão é: isto é possível?

O que eu não conseguia ver naquele momento é que a busca por um entendimento da doença, com livros, números, palestras, vídeos e números era profunda e me sensibilizava. Ela soube em uma palestra que a falta de vitamina B pode levar ao Alzheimer. Se preocupou, procurou saber se pode/deve tomar complexo B. Ela se despede do pai, e ao mesmo tempo tem medo de passar pela mesma coisa. E como se defender? Medos, preocupações e um conforto: “(...) ele não está entendendo o que está acontecendo, então eu acho talvez, no fundo, ele não está sofrendo.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por deixar seus comentários!
Todos os comentários são moderados.